12 de junho, dia de celebrar o amor
07.06.2017
Tudo começa com um flerte, um olhar, um sorriso. Depois, um abraço, um beijo e o coração batendo forte. Só então descobrimos que é amor.
Amor que nos leva a cometer loucuras, amor que por vezes nos deixa meio bobos, amor que nos faz sonhar, fazer planos para um futuro.
A partir daí, a noite parece que fica mais bonita, a lua brilha mais intensa, o céu parece ter mais estrelas e, o coração batendo cada vez mais acelerado.
Isso é o “amor”.
Amor que une jovens e velhos. Amor que nos dá força para enfrenta obstáculos, ter vontade de ir correndo pra casa, para os braços da pessoa amada.
12 de junho é o dia dos namorados, dia de celebrar o amor e, nós do Jornal Vila do Príncipe escolhemos a história de um rapaz que viu sua vida transformar, graças à força do amor e, com ela homenagear todos aqueles que se amam.
Uma História de Amor
Meu nome é Mateus do Nascimento e, a história que vou narrar é a minha história de amor.
Conheci a Jusiela Paula na escola, no 2º ano do ensino médio. Eu com 17 anos e ela com 14.
Na sala de aula, do meu lugar, tímido e encantado eu só admirava aquela garota de quem eu sonhava ganhar um beijo. Não sabia como demostrar meu interesse, então sempre tentava puxar assunto ou uma brincadeira qualquer. Ela sempre foi muito meiga e bem-humorada e isso fez com que eu fosse me apaixonando cada vez mais.
Aos poucos nos aproximamos e o beijo aconteceu, ficamos juntos por quatro meses, e infelizmente ela com 14 anos não tinha o consentimento da mãe para um namoro sério, o estudo dela era o mais importante naquele momento. Confesso que não entendia, mas respeitei e sofri com o nosso afastamento.
No ano seguinte minha vida virou de cabeça para baixo. No dia dois de fevereiro sofri um acidente de moto que me deixou com sequelas permanentes. Tive um rompimento dos nervos do braço esquerdo que resultou em uma perda total do movimento e, na metade do ano sai da escola.
Seis meses depois fiz uma cirurgia para tentar recuperar parte dos movimentos e, foi nas sessões de fisioterapia que reencontrei Jusiela. Ela estava trabalhando como auxiliar da fisioterapeuta. Eu nunca vou esquecer o susto que levei quando cheguei ao consultório e a vi ajudando os outros pacientes. Comigo não era diferente, tinha o maior carinho em ajudar com meus exercícios, porém eu estava mergulhado em auto piedade e via essa dedicação como uma demonstração de pena. Tamanha eram a vergonha e revolta que sentia que não conseguia nem olhar para ela nas sessões.
Pouco depois de ter se formado ela foi morar em Belo Horizonte e eu, já desacreditado da minha recuperação, parei de frequentar as sessões de fisioterapia. Foi nesse momento que minha vida chegou à fase mais dura, eu ficava em casa o tempo todo deitado, dormia um pouco de dia e a noite quase não dormia. Também não tinha apetite e comia quase que a força. Minha mãe fazia de tudo para me ajudar, mas eu só queria ficar isolado de tudo. Sair tornou-se um pesadelo, quando tinha que fazer isso, escolhia os lugares e horários em que eu fosse encontrar menos pessoas no meu trajeto. O que mais me frustrava era o modo que me tratavam, com pena (mesmo que involuntariamente). Realmente me machucava. Por vários momentos desejei ter morrido naquela estrada, perdi a expectativa de ter uma vida normal, me sentia inferior, um inútil.
Depois de um tempo vivendo nessa dificuldade as coisas começaram a melhorar. Em 2012 prestei o Exame Nacional do Ensino Médio e obtive o certificado de conclusão de curso do Ensino Médio. No ano seguinte realizei a prova novamente e dessa vez alcancei uma bolsa de estudos integral para o curso de Ciências Contábeis em Diamantina. No mesmo ano, fui convidado a trabalhar na prefeitura da cidade como Agente de Saúde, cargo que ocupei por três anos, saindo apenas quando fui aprovado, em primeiro lugar, no concurso municipal para o cargo de auxiliar administrativo.
Talvez a essa altura não estivesse mais em estado de depressão, porém, não conseguia sentir satisfação plena em minhas conquistas. Muitas pessoas podem não entender esse sentimento e achar que é apenas “frescura”, mas a verdade é que aquela sensação de prazer a cada realização não existia. Eu ainda não tinha sonhos ou mesmo objetivos. E foi aí que Jusiela apareceu novamente em minha vida.
No começo de 2016 começamos a nos falar por WhatsApp. Ela estava morando em Belo Horizonte ha sete anos e pouco nos falamos durante esse período. A verdade é que algumas vezes ela tentou manter contato, eu ainda era apaixonado por ela, mas ainda revoltado e não querendo que ela sentisse pena de mim, evitava conversar com ela.
Nesse dia eu a respondi, meio “seco” e “frio”, mas conversamos um pouco. Nos dias seguintes começamos a conversar cada vez mais, às vezes até de madrugada. Aos poucos aquele sentimento de antes foi voltando.
Coincidentemente ela havia acabado de deixar seu emprego, então ela decidiu vir passar um tempo com a mãe e aproveitar para nos encontrarmos. A partir daí tivemos a oportunidade de retomar nossa história de onde havíamos parado. Estava realmente feliz, como ha muito tempo não me sentia. Percebi que da parte dela nunca ouve sentimento de pena por mim, pelo contrário sempre me deu força. Entretanto ao mesmo tempo em que desfrutava desses momentos, eu sabia que a hora dela voltar para Belo Horizonte se aproximava, e assim aconteceu.
Só Deus sabe o quanto foi dolorido despedir-me dela, depois de tantos anos separados e depois viver aquele breve momento só para vê-la entrar naquele ônibus e se afastar de mim novamente. E por mais que eu a quisesse perto de mim para sempre, eu fui incapaz de pedi-la para ficar. Dessa vez não por orgulho, mas sim por que não queria que ela deixasse de correr atrás dos seus objetivos por minha causa, eu realmente torcia pelo sucesso dela.
Mas dessa vez não me senti angustiado e deprimido como antes, ao contrário, eu estava motivado a fazer tudo que estivesse ao meu alcance para estar junto dela, mais do que nunca eu queria aproveitar minha vida e aproveitar ao máximo ao lado dela e se fosse possível eu iria para Belo Horizonte atrás dela. Mas não precisou. Duas semanas depois ela decidiu voltar para o Itambé, segundo ela não tinha mais sentido estar longe de mim.
Casamo-nos no último dia três. Mas essa ainda não é a maior alegria que temos no momento. Nossa maior felicidade, indescritível, é que estamos esperando nosso primeiro filho (a), que já é imensamente amado (a) por nós.
Se eu passasse todos os dias da minha vida apenas agradecendo a Deus pelas provações, dificuldades e pelos momentos mais dolorosos que vivi, ainda assim não estaria sendo grato o suficiente.
Hoje temos consciência que todas as perdas e sofrimentos vividos nos deixam mais fortes, e sábios, principalmente com um amor verdadeiro para andar lado a lado. Nenhum sofrimento se compara a alegria que está por vir. Independente de como, não há nada melhor do que viver e amar!
De almas sinceras a união sincera
Esse texto foi transcrito exatamente como nos foi enviado