Pesquisa científica financiada pela Anglo American identifica nova espécie de perereca


02.07.2021

Descoberta do novo anfíbio foi publicada recentemente em uma conceituada revista científica internacional.

Pesquisa científica, fruto de uma parceria entre a mineradora Anglo American, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a empresa de consultoria Sete Soluções e Tecnologia Ambiental, identificou uma nova espécie de perereca na Serra do Espinhaço, região que se estende entre Minas Gerais e Bahia. A descoberta foi publicada recentemente na revista alemã Salamandra, importante veículo internacional de divulgação científica na área da herpetologia (ramo da zoologia dedicado aos estudos de répteis e anfíbios).

 

A espécie foi batizada pelos cientistas de Aplastodiscus heterophonicus. O nome Aplastodiscus se refere ao gênero do anfíbio, que atualmente é reconhecido em 15 diferentes espécies. Já heterophonicus faz referência ao fato dessa perereca ter um canto muito diferente das demais, sendo essa a melhor maneira de identificá-la em campo.

 Os primeiros registros se deram no início da década de 2000, por meio de gravações de áudio. Apenas em 2010 foi coletado o primeiro indivíduo correspondente àquele som. Com o aumento do número de biólogos trabalhando em estudos ambientais na região, mais indivíduos começaram a ser encontrados. Assim, em janeiro de 2019 foi iniciado o Projeto de Monitoramento de Aplastodiscus, com foco especial na descrição da nova perereca. Todo esse trabalho, que resultou na recente publicação do artigo científico: “Uma nova espécie críptica de anfíbio do grupo de Aplastodiscus albosignatus” (em tradução), foi executado em complementação ao Programa de Monitoramento da Herpetofauna (ramo da zoologia dedicado ao estudo dos répteis) da Anglo American, que atende à condicionante ambiental referente ao Projeto de Expansão da Mina do Sapo.

 

A descoberta traz informações fundamentais para o avanço do conhecimento sobre a fauna da região da Serra do Espinhaço, segunda maior cadeia de montanhas da América do Sul, atrás apenas da Cordilheira dos Andes, e uma das mais ricas em espécie de anfíbios no mundo. “Não se pode almejar a conservação de organismos que não podem ser identificados. E as nossas tentativas para entender as consequências das modificações ambientais estarão fatalmente comprometidas caso não sejamos capazes de reconhecer e descrever os integrantes dos sistemas naturais. Por isso, a descrição dessa espécie é tão importante”, explica o biólogo e professor da UFV, Felipe Leite, um dos pesquisadores do artigo.

 Durante as atividades de monitoramento, foram realizadas visitas aos locais onde a presença da espécie já era conhecida, com o objetivo de buscar por indivíduos machos e fêmeas em diversos estágios de desenvolvimento (girinos, imagos e adultos). Além disso, foram coletadas informações sobre o seu comportamento, como, por exemplo, os locais de canto e de desova. A pesquisa permitiu também identificar a presença da perereca, que agora é reconhecida em mais de 20 localidades, e não está restrita apenas à região que acolhe o Minas-Rio, da Anglo American.

 

“Esta descoberta ressalta a importância de se realizar projetos no âmbito do licenciamento ambiental em cooperação com instituições de pesquisa, mostrando que estudos de alta qualidade podem resultar dessas parcerias. Demonstra também a importância do atendimento aos requisitos legais e às medidas compensatórias por parte dos empreendedores, resultando em descobertas científicas de alto nível e de enorme relevância”, destaca o analista Ambiental da Anglo American, Josimar Gomes.

 Crédito da foto: Hans Thomassen

Fonte: Consultoria de Comunicação Anglo Américan

 

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