Minas Gerais inicia trabalhos para tornar sua Cozinha Patrimônio Mundial
10.03.2021
Estudos para registro do tombamento no Estado e no Brasil já começaram
Lugar do encontro e do aconchego, onde ganham vida o fogão à lenha, o café passado na hora e o pão de queijo quentinho, as quitandas perfumadas e os assados fumegantes, a Cozinha Mineira acolhe e resume, de forma singular, a identidade e a pluralidade do estado. É a cozinha típica que também se eterniza na tradição das casas de farinha, dos moinhos de milho, das hortas de quintal e nas plantações.
No momento, uma jornada inédita se apresenta para temperar ainda mais a história e a diversidade da cultura alimentar de Minas Gerais: em um movimento pioneiro no país, a Cozinha Mineira, com todos os seus ingredientes, sabores, aromas e modos de fazer, está sendo trabalhada para se tornar patrimônio cultural do Estado e do Brasil.
O processo já começa com duas ações articuladas pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Por meio do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), órgão responsável pelos registros e tombamentos no estado, a pasta deu início aos estudos para reconhecimento da Cozinha Mineira como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais. Após concluída esta etapa, será solicitado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o registro da Cozinha Mineira como patrimônio do Brasil. Os dois passos são fundamentais para pleitear mais adiante, junto à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o posto da Cozinha Mineira como Patrimônio Cultural da Humanidade.
“A cozinha é a alma de Minas Gerais, e vai além da sua crescente representatividade no Turismo e na Cultura do estado: a Cozinha Mineira gera milhares de empregos diretos e é responsável por 30% da vinda de visitantes ao estado, o que faz a economia girar nos diversos territórios mineiros. Pão de queijo, café, farinhas, doces, frutos, folhas, cachaças, azeites e queijos são apenas alguns dos itens que movimentam uma imensa cadeia produtiva e têm uma base sólida na agricultura familiar, fundamental instrumento para a valorização dos produtores, para a preservação da tradição e para o desenvolvimento sustentável. No sentido de valorizar todo esse patrimônio, o governo de Minas deu início ao processo de reconhecimento da Cozinha Mineira como patrimônio imaterial do Estado, além de elaborar, de forma participativa e colaborativa, o Atlas da Cultura Alimentar de Minas Gerais, que vai detalhar todos os alimentos e modos de fazer que são a base da nossa cozinha”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira.
A chegada deste reconhecimento irá projetar o estado mundialmente de forma orgânica, uma vez que a cozinha é um dos principais atrativos turísticos de Minas Gerais, avalia o presidente da Frente da Gastronomia Mineira (FGM), Ricardo Rodrigues. “Minas é o primeiro estado a reconhecer toda a sua cozinha como patrimônio cultural de natureza imaterial, e isso é fruto de um trabalho que vem sendo realizado há muitos anos. A Cozinha Mineira, representada pelo respeito aos alimentos, pelo trabalho muito bem feito do campo à mesa, pelos mais variados ingredientes, modos de fazer e estilos de servir, traz uma identidade muito única e nos coloca no patamar das cozinhas mais bem representativas do país. Por esses e vários outros motivos ela já é e vai ser ainda mais um canal indutor do turismo nos níveis regional, nacional e internacional”, pontuou Rodrigues.
Potência para turismo internacional