VACINA COVID-19
19.01.2021
Atualmente assistimos ao recrudescimento da pandemia Covid-19. Felizmente, a ciência em esforço gigantesco e em tempo recorde, criou a mais eficaz arma para combater esta pandemia: a vacina.
As vacinas são produtos biológicos que mimetizam a reação imune fisiológica, oferecendo ao sistema imunológico humano a provocação necessária para que se desenvolva a imunidade, sem que o indivíduo tenha que se expor aos riscos da infecção natural. São constituídas por vírus ou bactérias, vivos ou mortos, ou seus derivados. Elas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos (proteínas que atuam na defesa do organismo). Esses anticorpos permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro, por meio da memória imunológica. A isto denominamos imunidade.Os anticorpos realizam uma espécie de blindagem do organismo contra as infecções.
A primeira vacina foi desenvolvida há mais de 200 anos. A vacinação no Brasil iniciou-se em 1904, quando Oswaldo Cruz, diante de um surto de varíola, iniciou campanha de imunização, na tentativa de buscar imunizar toda a população. Muitas doenças altamente contagiosas já foram praticamente erradicadas pela vacinação, como a paralisia infantil, difteria, tétano, sarampo, caxumba e rubéola. No entanto, a falta de vacinação faz com que algumas doenças voltem a circular, como é o caso do sarampo.
As vacinas são seguras e causam poucas e leves reações adversas. É a principal forma de prevenção de várias doenças. Elas não protegem apenas o indivíduo que foi vacinado (imunizado), mas toda a comunidade, pois o indivíduo, ao não contrair a doença, também não se torna vetor dela, transmitindo-a aos demais membros da comunidade. Daí a importância de conscientizar a todos quanto à necessidade da vacinação universal. Vacinar é proteger a própria vida e a vida dos demais membros da comunidade. Quanto maior for o número de pessoas de uma comunidade vacinadas, menor é a possibilidade de uma delas (vacinada ou não) ficar doente.
Já se negou a pandemia com consequente perda evitável de várias vidas. Negar a vacina seria um segundo atentado contra a vida. É muito melhor e mais fácil prevenir uma doença do que tratá-la. Não existe um tratamento específico e eficaz para a Covid-19, sendo a prevenção (vacinação) o mais eficaz para combater esta doença.
As vacinas contra o Coronavirus foram desenvolvidas segundo padrões internacionais e avaliadas por instituições de controle confiáveis. No atual mundo conectado em rede, todos têm voz. Por um lado isso é bom, mas tem o inconveniente de dar voz a quem não tem condições de opinar sobre determinado assunto ou tem interesse em produzir falsa informação. Quem tem condições de dar opinião sobre vacina são os médicos e cientistas que estudam infecções e imunidade. Eu não trabalho nessas áreas, mas tudo aqui relatado tem origem na Organização Mundial de Saúde e em artigos sobre o Coronavirus publicado em revistas científicas de impacto e respeitadas internacionalmente.
Concomitantemente à pandemia Covid-19 somos acometidos também pela pandemia das noticias falsas (fake news) e opiniões falsas. Por tal motivo, parece apropriado passar à população informações científicas sobre as vacinas. A verdade última parece inacessível ao homem, mas a ciência é que nos oferece o de mais próximo da verdade para compreender e agir sobre a natureza. Apesar de estarmos sob um governo negacionista e termos um Ministério da Saúde incompetente frente à pandemia, devemos confiar na ciência e incentivar a todos para se vacinarem. A vacina é uma das maiores conquistas da ciência, sendo o meio mais seguro e eficaz de prevenir doenças infectocontagiosas.
Dr. Sebastião Gusmão
Professor Titular de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG
Tel: (38) 3531-4016