UMA TRAJETÓRIA DE PERSEVERANÇA E OBJETIVOS ALCANÇADOS
31.03.2017
Quem for ao prédio do Tribunal de Justiça, na Avenida Afonso Pena 4001, 11º andar vai encontrar ao lado da porta de uma das salas uma placa com os dizeres: “Desembargador Armando Freire – 1ª Câmara Civil”.
É lá que esse serrano nascido em 25 de fevereiro de 1950 exerce a função de magistrado todos os dias.
O início
Armando Freire nasceu na Rua São José, bem na área central do Serro, em uma casa que já não existe mais. Filho de Geraldo Azevedo Freire e Maria das Dores Magalhães Freire, deixou sua cidade natal pela primeira vez em 1961, com 11 anos, para estudar no seminário em Diamantina. Ficou por lá pouco mais de um ano fazendo o curso de admissão, que na época era um preparatório para o ginásio. De volta ao Serro foi estudar no ginásio da cidade que na época passava por uma grande reformulação, sob a direção do Padre Geraldo do Nascimento Lúcio. Em 1965, já formado, foi para Belo Horizonte para dar continuidade aos estudos.
Como gostava muito de futebol acabou indo parar no América, levado pelo diretor do clube Hélio Brasil. Com 15 anos, treinou naquele time por seis meses, indo depois para o Atlético onde ficou até o início de 1968. Chegou a disputar o campeonato mineiro de 1968 pelo Independente de Uberaba. Mas, depois de um contusão no ombro, decidiu abandonar o futebol profissional para se dedicar exclusivamente aos estudos. É bom lembrar que mesmo jogando futebol jamais deixou de estudar. Concluiu o curso clássico no Colégio Marconi em belo Horizonte. Mas, garante que através do futebol fez grandes amizades que preserva até hoje. Até hoje joga suas peladas duas vezes na semana.
Fez o primeiro vestibular unificado no final de 1969, indo cursar Direito na UFMG onde se formou em dezembro de 1974.
Na época era funcionário concursado da SUSEP, uma autarquia federal. Mas ele queria exercer a advocacia e por isso resolveu voltar para o Serro onde começou a trabalhar na sua nova profissão, o que fez entre 1975 até metade de 1978.
O sonho
A vontade de fazer um concurso para a magistratura foi crescendo e ele resolveu voltar para Belo Horizonte e se preparar para isso. Nesse tempo aceitou o convite de um amigo e foi exercer a advocacia em Presidente Olegário. Ele morava em Patos de Minas e ia diariamente para a cidade vizinha para trabalhar. A distância era pequena e ele usava seu fusca para o trajeto. Lembra que a estrada era de terra e numa dessas viagens sofreu um acidente. Assustado decidiu deixar o emprego e retornar para Belo Horizonte.
Recebeu então um convite, em 1979, para trabalhar no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG, e voltou a se preparar para o concurso para a magistratura. Foram dois anos de preparo.
A realização
No final de 1980 foi aprovado e assumiu a magistratura em 29 de junho de 1981, sendo designado para a comarca de Conceição do Rio Verde, no sul de Minas. Em setembro de 1983, foi transferido para Conceição do Mato Dentro onde ficou por um ano. Em outubro de 1984, foi promovido para Diamantina lá ficando até setembro de 1988, quando foi para belo Horizonte.
A partir daí foi juiz da 1ª Vara de Família por seis anos, assumindo depois a 22ª. Vara Civil e, em junho de 1998 foi promovido para o Tribunal de Alçada, onde ficou até 2004.
Quando foi para o Tribunal de Justiça ficou um ano na 1ª Câmara Criminal, onde foi inclusive presidente. Desde 2005 está na 1ª Câmara Civil onde também foi presidente até fevereiro desse ano.
As lembranças
Mas quando fala do Serro esse Desembargador querido e respeitado por todos que com ele convivem, mostra todo o seu lado bem mineiro de quem viveu em uma cidade histórica e tranquila.
“No Serro, aprendi a conviver, com respeito, com a família, a tratar bem as pessoas mais velhas e em todos os níveis sociais. Chego ao Serro hoje e sou sempre bem recebido. É o legado que minha adolescência nessa cidade me deixou”, diz o Desembargador Armando Freire.
Ele lembra ainda que no Serro viveu a melhor fase de sua vida, guardando lembranças da época de ginásio e da praça de esportes. Alias sobre o ginásio o Desembargador faz questão de lembrar que foi seu pai, Geraldo Azevedo Freire, junto com o padre Celso, Senhor Newton Vasconcelos, Dr. Feiz Nagib Bahamed e o Dr. Alvim Jacob Saad, então Promotor de Justiça, os seus fundadores.
A esposa Laene Oliveira Lopes Freire, nascida em Coluna, ele conheceu no Serro onde ela estudava em colégio interno. Mas ela se identificou tanto com a cidade que hoje tem o título de Cidadã Honorária e chegou a ser presidente da Associação dos Serranos e Amigos do Serro. O casal tem três filhos: Ana Carolina, Daniel e Natália.