Uma Alvorada mineira


15.03.2018

História do município se mistura com a história do Estado

Tudo começou há muito tempo, nos primeiros anos do século XVIII, quando a povoação se formava lá para as bandas do Rio do Peixe. Naquela época o pequeno arraial era denominado de Santo Antônio do Rio do Peixe, ou simplesmente Rio do Peixe, e era ligada às atividades mineradoras do Serro Frio. A antiga povoação foi elevada a distrito em 1836 e, depois, a freguesia em 1841, tendo como primeiro vigário o padre Silvério Teixeira Coelho. A paróquia é datada de 1846 e foi restaurada em 1857.

O antigo Rio do Peixe foi progredindo e em 1962 foi emancipada, desmembrando-se do Serro e tornando-se sede de município, com a atual denominação de Alvorada de Minas. Era um novo amanhecer naquela porção de Minas nascida da mineração e que buscava agora novos caminhos.  Com uma área de 374,9 km², o novo município passou a ter além sede o distrito histórico de Itapanhoacanga, com seu folclore riquíssimo nas tradições de Bumba Meu Boi, Folia de Reis e Marujada.

O distrito de Itapanhoacanga foi um dos mais ricos garimpos de ouro do Serro Frio. João Simões, antigo negociante do lugar, figurou entre os homens mais abastados da Capitania no século XVIII. A Igreja de São José, tombada pelo IPHAN, é um importante exemplar da arte barroca. A construção se iniciou em 1746, havendo registros de reedificações em 1763 e 1771/1787, possuindo bela portada, altares com talhas e uma pintura de lindos painéis no forro com os dizeres: “No ano de 1787, pintou esta pintura Manoel Antônio da Fonseca, por mandado do Capitão José Pereira Bonjardim, que por sua devoção deu as tintas”. Outro importante exemplar barroco é a Igreja de N. S. do Rosário, também com pinturas, provavelmente do mesmo Manuel Antônio da Fonseca e de algum discípulo do Mestre Ataíde. Itapanhoacanga foi um antigo pouso da Estrada Real, que ligava o Serro Frio a Ouro Preto, passando por onde hoje se encontra a rua principal do distrito. Por lá transitaram governadores, tropas, garimpeiros e tropeiros, além de viajantes como John Mawe, em 1808; e Saint-Hilaire, em 1816; entre vários outros pesquisadores.

Hoje Alvorada de Minas é um município que anda junto com seu tempo, sem esquecer sua história, que está traduzida nas ruas da cidade e de seu distrito. Vale a pena conhecer essa parte de uma Minas que quase não existe mais.

Voltar
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência. Ao navegar no site, você concorda com a nossa política de privacidade e uso de cookies.