Mãe, me rebuça!


13.05.2019

Dizem que toda mãe padece no paraíso. Nossa herança, nosso DNA contém raros minérios. Toda mãe Serrana carrega ouro no seu coração. Que pulsando nas veias, produzindo diamantes quando o milagre da vida se forma em seu ventre. O ferro a torna uma fortaleza. Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, rogai por nós! Quando um filho clama, chora ou murrinha por alguma doença, vem o doutor da família, vem o chá da tia, com frescas ervas da horta. Vem a benção da vó raizera. Vem nas mãos o terço, vem o rosário rezar. Vem benzedeira: Precisa o pequeno alimentar! As primeiras refeições são feitas na pequena panela de ferro, com um grande prego antigo cozinhando junto aos frescos legumes. Couve não pode, é remoso. Carne de porco, nem pensar. A febre abranda depois do banho em águas fresca, no pequeno corpinho do filho, que assustado diz: Mãe, eu tô te querendo. Acalmou seu pranto, no peito deitado, coração com coração. Não há choro, há fé. Assim nosso DNA é modificado culturalmente e ricamente. Trazendo a herança portuguesa, italiana, africana, essa com suas benzençoēs em forma de cânticos, defumações (que muito ajudaram a construir nossa cidade, Jacinta de Siqueira foi exemplo. Arraial de Baixo, Arraial de Cima: Serro frio). Nos tornando mais fortes.

O sangue que pulsava o coração da primeira mulher da família.., Tatataravós? Hoje pulsam no meu, carregado de história, amor, curas, sofrimentos e mães. Fortalecendo um legado. Amamentado filhos vitoriosos, conquistadores, vencedores. Fácil em identificá-lo pelo brilho de suas almas, pelo diamantes que são todos do mesmo berço de tradições. Guarde minha família, minha mãezinha Santa Rita de Cássia! Ouço hoje: estou melhor... Faz canjiquinha? Está frio, me rebuça mãe!

Canjiquinha com costelinha

Ingredientes: 

  • 1 xícara de canjiquinha lavada. 
  • Alho socado com pouco sal.
  • Urucum. 
  • 1kg de costelinha já preparada. 

Modo de fazer: 

Refogar o alho com urucum deixando corar, acrescentar 1 copo e meio de água. Deixe ferver. Acrescentar a canjiquinha e costelinha. Cozinhar ao ponto a canjiquinha, deixando caldo. Corrigir sal. Cheiro verde à vontade. 

Dica: Ótimo acompanhamento é mostarda picada bem fininha.

Chef Eloísa Cardoso

Eloísa Cardoso - Chef de cozinha, resgate da tradicional culinária mineira, Membro da FGM (Frente Gastronomia Mineira)

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