Chapada Diamantina - Bahia
13.09.2021
O prolongamento da Serra do Espinhaço é um dos principais destinos de ecoturismo do país
Em tempos de pandemia, os roteiros ecológicos e o contato com a natureza tem sido uma das mais frequentes formas de fazer turismo. A paz, o silêncio, o convívio com a vida simples, ouvir os passarinhos, apreciar as montanhas, cachoeiras, escalar os picos são hoje uma espécie de remédio e antídoto para o estresse desse momento de incertezas que o brasileiro vive, inclusive sanitárias. O lado bom é que muitos viajantes experientes têm deslocado sua atenção a esse imenso país, descobrindo lugares, muitas vezes, mais conhecidos por estrangeiros do que por nós mesmos.
Além de estar na categoria de uma das mais importantes bacias hidrográficas do Brasil, preservada como Parque Nacional, a Chapada Diamantina reúne um conjunto de paisagens dignas do visitante sensível, que se encanta diante do contato direto com a natureza exuberante. Não há como não guardar para sempre a emoção vivida nessa região das serras baianas e que, além do mais, conta com bom serviço de receptivo turístico.
O relevo de serra e planalto abriga uma das maiores altitudes da região nordeste do Brasil, com picos de mais de 2 mil metros de altura, como os Picos do Barbado, do Itobira e das Almas.
O parque nacional foi criado em 1985, em uma área de 152 mil hectares e abrange 24 municípios, entre eles Andaraí, Ibicoara, Iramaia, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Nascem alí quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. As correntes de água brotam nos cumes e deslizam morro abaixo em forma de regatos, cachoeiras e piscinas naturais transparentes, por entre bromélias, orquídeas e sempre-vivas, formando um verdadeiro espetáculo da natureza.
As comunidades locais e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) praticam um turismo ecológico consciente na Chapada Diamantina. As principais trilhas, como a da cachoeira da Fumaça, Aleixos e cachoeira do Sossego tem acesso controlado. Não poderia ser de outra forma. Afinal, algumas delas recebem até 25 mil turistas por ano. Mas o espaço é tão grande e bonito que não dá a sensação de ter muita gente.
Algumas trilhas na Chapada não possuem registro de entrada. A precariedade de recursos humanos na fiscalização e os incêndios florestais põem em risco a diversidade biológica, o turismo e o abastecimento de água de Salvador. Daí, a preocupação das comunidades e das entidades de pesquisa e de educação ambiental que atuam na região, o que exige também maior consciência do viajante quanto à preservação do meio ambiente. O ideal é contratar um guia local.
Umas das atrações imperdíveis da Chapada é o tradicional Morro do Pai Inácio. São 1500 Km2 de grutas, cânions gigantescos, magnficos salões subterrâneos e as mais belas e mais altas cachoeiras do país.
A cidade de Lençois, uma espécie de capital da Chapada, reúne pequenas comunidades em seu entorno, algumas famosas, como a comunidade hippie de Vale do Capão, as cachoeiras de Ibicoara ou a histórica Igatu. Bons restaurantes e pousadas charmosas garantem um turismo de conforto e aconchego, mas há também pousadas simples com estrutura mais modesta.
Além das atrações naturais, a histórica cidade de Mucugê foi o principal polo de extração de Diamantes no século XIX e chegou a 30 mil habitantes. Hoje, a população é de 15 mil habitantes.
Para os trilheiros mais radicais, o Vale do Paty é considerado um dos roteiros de trekking mais cenográficos do país. No verão, de dezembro a fevereiro, as cachoeiras tem maior volume de água e, consequente, de turistas. Em julho e agosto o clima é bem seco. Uma das festas imperdíveis é o Festival de Lençois, que acontece em outubro.
Chapada Diamantina pode muito bem ser o seu próximo destino, relativamente está perto de nós.