Meteora: A fé grega pertinho do céu...


16.08.2021

Deslumbrante, apaixonante, extraordinário... Faltam adjetivos para descrever este conjunto arquitetônico de mosteiros suspensos, construídos no alto das colunas rochosas de Meteora, na Grécia.

Viajar é sempre prazeroso e enriquecedor. Mas há alguns locais pelo planeta afora que extrapolam a curva da normalidade e nos remetem a uma dimensão de encantamento e magia. Assim é o complexo de mosteiros que coroa os altos penhascos de rocha na região central da Grécia.

Em grego “Meteora” significa rocas no ar ou meio do céu. Não se tem uma data precisa de sua fundação, mas há registros de monges eremitas no século XI, que se estabeleceram em cavernas, no alto de rochedos inacessíveis, em busca da fé pela meditação e à procura de refúgio seguro contra a ocupação otomana na região.

As edificações monumentais, erguidas nos picos de formações rochosas esculpidas pela natureza há mais de 30 milhões de anos, testemunham a profunda religiosidade do cristianismo oriental. Toda essa região, incluindo montes, vales, florestas, fauna e flora locais, é classificada, desde 1988, como patrimônio Mundial pela UNESCO.

Há registros de ser o ano de 1336 o da construção do primeiro mosteiro, o Megalo Meteoro, instalado no alto de um penhasco de 536 metros de altura, por um monge eremita chamado Athanasios. Ainda hoje, pode-se visitar a caverna onde morou o primeiro monge.

Foram construídos mais de 20 mosteiros. Atualmente restam 13, apenas 6 podem ser visitados (5 masculinos e 1 feminino): Megálos Metéoros (Grande Meteoro), Varlaam, Ágios Stéphanos (Santo Estêvão), Ágia Tríada (Santíssima Trindade), São Nicolau Anapausas e Roussanou, que nos trazem brilho nos olhos e na alma.

Restam mais dúvidas do que certezas sobre como foram construídos esses imensos mosteiros, a essa altitude. Até o ano de 1920 o acesso aos mosteiros era feito em gaiolas puxadas por cordas e roldanas, quando foram construídas longas escadas, que exigem boa musculatura nas pernas. Mas nas paradas de descanso, a vista da planície ao longe transforma o cansaço em admiração e fascínio.  

Meteora dista 5 horas de carro da capital Athenas, ou de trem partindo da estação Larissis, em Athenas, num percurso de 4 horas e meia. O ideal é permanecer dois ou três dias na região e se hospedar nos povoados de Kalambala ou Kastraki.

Atualmente, teleféricos levam visitantes de um penhasco a outro em pequenas cadeiras, onde o “frio na barriga” pela altitude compõe a inesquecível aventura. Dá para se chegar também de carro atravessando uma pequena ponte. Se quiser ver todos os mosteiros é melhor contratar um táxi para o trajeto. Não compensa fazer a pé. São distantes entre si e o ônibus não passa facilmente. Além do que se cansa muito subindo e descendo para acessar aos mosteiros (mínimo 20 a 30 minutos nas escadas, em dias de menor movimento), o que não é recomendado para pessoas com problemas cardíacos ou idosos.

Não há estacionamentos suficientes e os visitantes estacionam na própria estrada, o que exige uma longa caminhada até às escadarias. O Mosteiro de São Estevão, o Agia Stephanos, é o único que possui estacionamento com acesso direto à rampa de entrada.

Nem todos os mosteiros estão disponíveis à visitação todos os dias. Aos domingos, quando o número de visitantes é maior, todos permanecem abertos. Como são monumentos religiosos, alguns com monges, e um deles com freiras residentes, não é permitido às mulheres usarem roupas curtas. Lojinhas e quiosques oferecem panos para se fazer de saias e servem bebidas e lanches.

Em Kalambala há hotéis, pousadas e bons restaurantes com comidas típicas da culinária grega, que valem a pena. Visitar Meteora é chegar mais perto do céu, no pleno espírito mágico da melhor viagem.

Paulo Queiroga

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