PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


16.04.2020

Atualmente nossa vida está pautada pela pandemia do coronavírus. Pandemia significa que uma doença infecciosa espalha-se por várias regiões do mundo. O coronavirus é um microorganismo que tem a capacidade de se reproduzir em grande velocidade e que pode acometer as vias respiratórias e os pulmões. A transmissão ocorre diretamente de indivíduo para indivíduo ou por meio de objetos contaminados por alguém portador do virus.

Coronavírus são virus que determinam doenças em humanos e animais. No final de 2019, um novo coronavírus foi identificado como a causa de um conjunto de casos de pneumonia em Wuhan, cidade na China. Ele se espalhou rapidamente, resultando em uma epidemia em toda a China, seguida por um número crescente de casos em outros países do mundo até se configurar como uma pandemia. Em fevereiro de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) denominou a doença Covid-19 (Coronavirus disease 2019), que significa doença de coronavírus 2019.

O coronavírus acomete as mucosas das vias respiratórias determinando sintomas semelhantes aos da gripe: calafrios, febre, rinorreia, dores de garganta, dores musculares, dores de cabeça, tosse, fadiga e sensação geral de desconforto. Quando atinge os pulmões causa um processo inflamatório que acomete os alvéolos, determinando catarro, febre e dificuldade respiratória. A doença pode se complicar com pneumonia bacteriana, tornando necessário internação e mesmo o uso de respirador mecânico. Este quadro grave tende a acometer preferencialmente os idosos e portadores de doenças crônicas.

Não existe vacina nem tratamento específico para esta virose, sendofundamental a prevenção. Como um indivíduo portador do virus (que na maioria dos casos não apresenta os sintomas de virose) o transmite diretamente para outro indivíduo ou indiretamente por meio de objetos que manipula, as medidas preventivas fundamentais consistem em isolamento (quarentena), higiene das mãos e da face (lavar com agua e sabão e uso do álcool em gel) e proteção das vias respiratórias (uso de máscaras e evitar tocar o rosto com as mãos). O isolamento social parece ser a melhor maneira para evitar a propagação descontrolada, como vimos nos países do hemisfério norte. Este isolamento deve ser o mais amplo possível e mandatório para os grupos de risco (idosos e portadores de doenças).

O isolamento social é complexo e exige atitudes políticas pautadas por evidências científicas. O combate à pandemia é questão de competência e não de ideologia. E quem mais tem competência para opinar neste assunto é a OMS. O Ministério da Saúde tem, em linhas gerais, procurado seguir as orientações da OMS.

No dia 20 de março, o Ministério da Saúde declarou que o Brasil já apresentava transmissão comunitária do novo coronavírus, o que significa que toda pessoa com febre e sintomas respiratórios como coriza, tosse e falta de ar se enquadra como um potencial caso suspeito de Covid-19.

A doença parece ter duas fases. Nos primeiros dias, ocorre coriza, febre, tosse e mal-estar. Nesta eventualidade deve-se ficar em casa por 14 dias e só procurar um hospital se o problema se agravar. Por volta do oitavo ou nono dia, pode ocorrer falta de ar e dificuldade para respirar. Assim, é preciso ficar atento à evolução dos sintomas. Quando ocorrer febre alta persistente e tosse acompanhada de desconforto respiratório, deve-se procurar atendimento médico imediato, principalmente quando se trata de grupo de risco.

Outra recomendação importante é fazer uso da vacina trivalente, que contém antígenos purificados e neutralizados de três tipos virais mais comuns. Ela é importante por dois motivos: Primeiro, por evitar o processo gripal que pode ser confundido com a Covid -19 e exigir isolamento social. Segundo, por evitar uma doença que debilita o organismo, predispondo-o à infecção pelo coronavírus.

Em conclusão, as medidas preventivas são um ato de cidadania que protege a sua vida e a de outras pessoas. Pandemias passam. O importante é preservar o bem supremo, a vida.

 

Dr. Sebastião Gusmão

Professor Titular de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG

Tel: (38) 3531-4016

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