Agricultura familiar, associativismo e solidariedade no Serro
Da esquerda para a direita: Aline Nunes Viana (Coordenadora de Extensão e professora da PUC Minas); Virgínia Junqueira Rugani Brandão (professora da PUC Minas); Valdeir Isabel Ferreira (Secretário Municipal de Agricultura); Adelino Aparecida Guimarães (Se
13.05.2019
Cooperativa de Agricultura Familiar promete transformar a realidade e as condições de vida das famílias serranas
Há quase um ano, em julho de 2018, o prefeito do Serro, Guilherme Simões, anunciou o início das ações que culminariam no programa de valorização da agricultura familiar, por meio do cooperativismo e associativismo solidário.
O anúncio foi feito por ocasião da posse do novo Secretário Municipal de Agricultura, Valdeir Isabel Ferreira (Dico). O objetivo é assegurar o sustento para um maior número de famílias de baixa renda no município do Serro.
Central de Beneficiamento da Farinha de Mandioca
A primeira meta estabelecida pelo prefeito, à época, foi a criação de uma cooperativa para gestão e fomento da produção familiar da farinha de mandioca, como primeiro passo no fortalecimento da agricultura familiar no município. Seria, então, instalada, com apoio da Prefeitura, uma central de beneficiamento para produção em maior escala da farinha de mandioca.
No projeto, o associativismo seria o melhor modelo para este programa, pois ele possibilita criar condições de acesso ao conjunto de políticas públicas de crédito, assistência técnica e produção.
Infraestrutura de trabalho
Ao escolher o Dico para a pasta da Agricultura, Guilherme se baseou na experiência e liderança do antigo colega de Câmara Municipal, para levar a cabo o programa e, em futuro próximo, atender aos consumidores e ao comércio local, inclusive supermercados.
Apostando desde o primeiro momento no sucesso do programa, o Prefeito determinou a instalação da nova Secretaria de Agricultura na Chácara do Barão, casarão tombado pelo Patrimônio Histórico, onde já funcionavam os escritórios do Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA e da EMATER.
A aproximação de órgãos e entidades com afinidade de interesses resultou numa sinergia positiva focada em resultados. Guilherme ressalta, como detalhe, que a união das entidades em um único espaço não causou prejuízo algum ao acervo histórico e à importância da Chácara do Barão para a memória do município.
Entusiasmo da equipe
Para assegurar a continuidade da iniciativa, a Administração Municipal formou um grupo multidisciplinar, composto por especialistas e represen-tantes de segmentos vinculados à atividade agrícola no município e também à academia.
Assim foi criado e instalado o Comitê para Criação da Cooperativa de Agricultores Familiares do Serro, composto pelos seguintes profissionais entusiasmados com o programa, sob a coordenação da Vice-Prefeita, Guilhermina Brandão Simões: Aline Nunes Viana - Coordenadora de Extensão e professora da PUC Minas; Virgínia Junqueira Rugani Brandão - Professora da PUC Minas; Maria das Dores Nunes Ribeiro (Dorinha) – Secretária Municipal de Desenvol-vimento Social; Valdeir Isabel Ferreira (Dico) - Secretário Municipal de Agricultura e Associação Sagrada Família; Manoel Jair Pimenta Junior – EMATER; Claudio Marinho – Professor e Coordenador pedagógico da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM; a estagiária em Engenharia de Alimentos, Thais Silveira Pimenta; além da participação de docentes e profissionais das faculdades de Agronomia e Engenharia de Alimentos.
O projeto inicial, apresentado na sede da Prefeitura pelas professoras Aline Nunes Viana e Virgínia Rugani, traçou o cronograma de ações, a formação de grupos de trabalho e a busca de parcerias com entidades e instituições oficiais de crédito e fomento.
Envolvimento da comunidade
Atualmente o Comitê tem realizado reuniões sistemáticas com agricultores familiares serranos, com o objetivo de capacitá-los para a compreensão do cooperativismo e entender as dimensões exatas do programa, a fim de que possam dele participar de forma livre, consciente e responsável.
Foram eleitos alguns agricultores para compor a Comissão Organizadora da Cooperativa, que tratará de sua organização formal, burocrática e jurídica, sempre com a orientação de especialistas em suas respectivas áreas.
Os agricultores votarão, em um segundo momento, o estatuto da entidade e formarão seu corpo diretivo, para darem início ao Plano Operativo e, finalmente, comercializar a farinha de mandioca, inteiramente concebida e produzida por agricultores familiares cooperados de Serro.
Relevância do programa para o Serro
O prefeito Guilherme deposita máxima confiança na criação e desenvolvimento desta Cooperativa, constituída pela própria comunidade e com orientação técnica e profissional de especialistas.
“Este é, seguramente, o segmento social e econômico mais significativo no Serro, englobando toda a comunidade. Com essa Cooperativa de Agricultura Familiar estaremos promovendo uma grande inclusão produtiva. Vamos mudar o perfil socioeconômico do município, impactando diretamente na família serrana”, declarou de forma enfática o prefeito. “A fábrica de farinha de mandioca é apenas um primeiro passo nessa modalidade de produção e escoamento da agricultura familiar, que adotaremos em todo o município e que servirá de modelo para o beneficiamento de outros produtos”, finalizou Guilherme Simões.
De acordo com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário do Governo Federal a agricultura familiar responde por 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro.