HIPERTENSÃO ARTERIAL


15.03.2019

Apressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. A hipertensão arterial ou pressão alta é doença crônica caracterizada por pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 140/90 mmHg (ou 14 por 9). O valor normal é120/80 mmHg (12 por 8). Segundo a Organização Mundial de Saúde, um em cada três adultos tem pressão alta. Ainda segundo essa organização, meio bilhão de pessoas apresenta obesidade e 10% da população mundial têm diabetes. Essas duas condições são os principais fatores de risco para a hipertensão arterial. Hipertensão, obesidade e diabetes são os maiores responsáveis por problemas cardiovasculares, a principal causa de mortes em todo o mundo. No Brasil, 23% dos adultos sofrem de hipertensão e as ocorrências aumentam conforme a idade, chegando a atingir quase 60% da população com mais de 65 anos.

Na maioria das vezes não se consegue saber com precisão a causa da hipertensão arterial, mas muitos fatores podem ser responsáveis, como: hereditariedade, idade, raça negra, obesidade, falta de atividade física, má alimentação, sal em excesso, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, estresse. A hipertensão arterial é uma doença crônica silenciosa. No caso de hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, ocorre dores de cabeça, vômito, dispnéia ou falta de ar, agitação e visão borrada em decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.

A pressão alta lesa a parede interna das artérias, fazendo com que eles se tornem endurecidas e estreitas. Esse estreitamento aumenta a necessidade de o coração bombear com mais força para impulsionar o sangue. Como conseqüência, a hipertensão dilata o coração e danifica as artérias. Com o passar dos anos as artérias podem entupir ou romper. Quando o entupimento ocorre no coração, causa a angina (dor no peito) que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao acidente vascular cerebral. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos; e no olho, alterações na visão que podem levar à cegueira. A hipertensão é responsável pela metade das mortes por derrame e por 45% dos problemas cardíacos.

A pressão alta não tem cura, mas pode ser controlada. Uma pequena parcela de hipertensos consegue dominar a doença apenas com ajustes na alimentação, exercícios físicos e controle do estresse. Quanto à alimentação, deve-se diminuir sal, gordura e carboidratos simples, de alto índice glicêmico. Como existe relação entre pressão alta e aumento do peso corporal, perder peso é uma forma eficaz de reduzir os níveis da pressão. Por exemplo, a cada 1kg de peso perdido, a pressão cai de aproximadamente 1,5mmHg. Se mesmo depois das mudanças no estilo de vida a pressão continua subindo ou estabiliza apenas em um patamar elevado, o médico prescreve medicamentos com o objetivo de reduzir a resistência vascular periférica, promovendo vaso-dilatação. Como a hipertensão não costuma dar sinais, é fundamental medir a pressão pelo menos uma vez por ano.

Podemos evitar ou reduzir a hipertensão arterial mudando o ambiente e o comportamento para promover saúde por meio de prevenção. Os dois fatores fundamentais são alimentação e atividade física. Além disso evitar o fumo, álcool e estresse. A dieta se baseia em generosas doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais. O consumo de sódio (principal componente do sal de cozinha) deve ser moderado.

Dr. Sebastião Gusmão

Professor Titular de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG

Tel: (38) 3531-4016

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