Serro: a eterna Vila do Príncipe
10.02.2022
Neste mês de janeiro comemoramos mais um marco na História de nossa querida cidade do Serro.
A tricentenária cidade está na base da formação de Minas Gerais e do Brasil como nação. Pois, por onde se vai neste país continental, a memória de um ilustre serrano nos acompanha em nomes de ruas, praças e cidades.
Serro é passado, é presente e é futuro. Foi uma das primeiras cidades inscrita pelo Iphan na lista do Patrimônio Histórico Brasileiro, em 1938.
É passado em sua história cheia de ouro e glórias. Sede de uma das quatro primeiras comarcas da Capitania das Minas Gerais. Foi aqui, nesse solo, que Teófilo Ottoni, um dos maiores mineiros em todos os tempos, hasteou a bandeira do jornalismo e do pensamento liberal com o lendário e pioneiro jornal “Sentinela do Serro”, um brado de protesto que se ouviu entre as serras mineiras, ecoou no Brasil inteiro e repercutiu na Corte Portuguesa. É importante lembrar também do lendário general Antônio Ernesto Gomes Carneiro, um dos maiores nomes do Exército Brasileiro, morto na memorável batalha da Lapa, contra as tropas de Gumercindo Saraiva, durante a Revolução Federalista, no final do século XIX.
Serro deu ao país três ministros do Supremo Tribunal Federal: João Evangelista Saião Lobato; Edmundo Lins e Pedro Lessa, sendo este último considerado por muitos juristas como o maior ministro STF e atualmente, é representado pela Ministra Assusete Dumont Reis Magalhães no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os Desembargadores Armando Freire e Márcio Idalmo Santos Miranda no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Serro é presente, fazendo nossa Minas Gerais um Estado maior e melhor. Serro empresta uma identidade especial a Minas Gerais, exercendo e influenciando a verdadeira alma da boa gente mineira. Dona Lucinha, a dama da culinária mineira, resgatou o que havia de mais precioso em nossa cozinha, levando o tempero e os pratos mineiros para as mesas tradicionais da gastronomia nacional. Foi sofisticada dentro de sua grandiosa simplicidade, assim como é o povo nascido nesta Minas Gerais.
E tem também o maior compositor barroco da América Latina Lobo de Mesquita e do grande Mestre Valentim, arquiteto e urbanistas sendo considerado o maior artista colonial do Rio de Janeiro onde muitas de suas obras ainda estão.
Serro é futuro. É desenvolvimento. É orgulho nacional com seu queijo premiado nos quatro cantos do mundo. É turismo, indústria limpa, em seu centro histórico e distritos cinematográficos, como os de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. É natureza que se faz preservada em seus rios e cachoeiras, lugar onde nasce o rio Jequitinhonha, à sombra do insolúvel Itambé. Vale lembrar que o Pico do Itambé guiou os primeiros bandeirantes que se aventuravam pelo sertão bravio e inóspito do Ivituruí. Serro é a joia nacional entalhada nas encostas do maciço do Espinhaço.
Mas, afinal, qual é a real idade do Serro?
Essa é uma dúvida que permeia a mente de vários moradores e visitantes!
Serro tem diversas datas que marcam momentos históricos ao longo de seus mais de 300 anos.
Vamos ver quais?
Serro: 320 anos a completar!
Em 1702, os bandeirantes Antônio Soares Ferreira e João Soares – pai e filho – deram início à ocupação do Arraial do Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro do Frio, também já chamado de Arraial das Lavras Velhas, ou como comumente também era chamado, Minas do Serro do Frio.
Esse é o primeiro registro encontrado no Livro Primeiro de Receitas e Despesas da Fazenda Real, referente às Minas do Serro Frio e de Tacambira 1702-1720, aberto em 13 de março de 1702.
Serro: 308 anos
Em 29 de Janeiro de 2022, Serro comemorou 308 anos da elevação de Arraial à Vila em 29 de janeiro de 1714.
Entre 1702 e 1714, Serro era chamado de Arraial do Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro do Frio ou Minas do Serro do Frio.
Com o aumento da importância da região, o Arraial foi elevado a categoria de vila passando a ser chamada de Vila do Príncipe.
Serro: 184 anos a completar
Serro ainda tem outra data a se levar em consideração: 6 de março de 1838, quando a antiga Vila do Príncipe, ainda em crescente posição de destaque na região, foi elevada à categoria de cidade com a denominação de Serro.
Data bônus: 08 de abril de 1938
Em abril de 2022, Serro completará 84 anos do tombamento de todo seu acervo urbano-paisagístico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, sendo uma das primeiras cidades a ter seu conjunto urbano tombado (Número do Processo: 65-T-1938 - Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 25, de 08/04/1938).
A saber, além de Serro, outras cinco cidades mineiras tiveram, também em 1938, seu conjunto urbano tombado, sendo elas Diamantina, Ouro Preto, Tiradentes, São João del-Rei e Mariana.
Detalhe do Medalhão - Igreja N. S. do Carmo
Conjunto arquitetônico - Praça João Pinheiro
Interior - Igreja de Bom Jesus do Matozinhos
Igreja Matriz - vista da Igreja do Matozinhos