Prevenção do Câncer de Mama


18.10.2019

O câncer de mama é o principal tipo de câncer que acomete a mulher. Ele consiste na proliferação anormal das células do tecido mamário em decorrência de alterações genéticas. Essas alterações nos genes podem ser herdadas ou adquiridas. O câncer de mama hereditário corresponde a cerca de 10% dos casos, sendo o restante, 90%, sem origem hereditária. As alterações genéticas (mutações), podem ser determinadas por vários fatores, entre eles: exposição a hormônios (estrogênio), irradiação na parede torácica para tratamento a outros tumores, excesso de peso, ausência de atividade física e excesso de ingestão de gordura saturada e álcool.

O câncer de mama pode ser localizado ou invasivo. No localizado ou “in situ” ainda não há risco de invasão e metástase, com possibilidade de cura na quase totalidade. Geralmente o tumor se inicia na mama e, quando avançado, pode migrar para outros órgãos, fato que denominamos metástases.

A possibilidade de desenvolver câncer de mama (incidência) é de 1 em cada 10 mulheres ao longo de suas vidas, o que corresponde a taxa anual de 50 casos para cada 100.000 mulheres/ano.

Geralmente o câncer de mama não apresenta sintomas no início. A partir do momento que começa a ser palpável, pode estar associado a um caroço na mama. Outros sintomas menos frequentes constituem o endurecimento mamário, a presença de secreção pelo mamilo e o aparecimento de gânglios axilares. A dor mamária é um sintoma muito comum, mas raramente está associada ao câncer de mama, sendo devida geralmente a alterações hormonais ou fatores emocionais.

Os dados epidemiológicos mostram estreita relação entre estilo de vida, fatores ambientais e o surgimento do câncer, e determina que 50% dos cânceres são evitáveis. A moderna biologia molecular aumentou nosso entendimento do processo de surgimento do câncer (carcinogênese) e sua relação com fatores ambientais e genéticos.

 Os principais fatores de risco são: sexo feminino, a idade, cor da pele, histórico familiar e pessoal - primeira gravidez após os 30 anos, uso de hormônios, consumo de álcool, doença mamária prévia, radiação torácica e obesidade. A incidência de câncer de mama aumenta com a idade, especialmente acima dos 50 anos. É 100 vezes mais frequente em mulheres do que em homens. Apresenta uma frequência maior em mulheres brancas. O consumo de álcool e tabagismo aumentam o risco de câncer de mama.

 Para o diagnóstico de certeza, a lesão da mama, notada no exame médico ou por exame de imagens (mamografia, ultra-som e ressonância magnética) é submetida a biópsia. Ela pode ser realizada por meio de uma pequena cirurgia ou com agulha. Pequenos pedaços da lesão são examinados pelo médico patologista, que determinará se se trata de câncer ou não. A prevenção de uma doença visa modificar os fatores de risco ambientais e de estilo de vida que promovem essa doença. A prevenção é a principal arma para interferir na carcinogênese e impedir o aparecimento do tumor.

 O diagnosticado precoce é o fator fundamental para o sucesso do tratamento do câncer de mama. A forma e o sucesso do tratamento depende do tamanho do tumor. Para isso recomenda-se que as mulheres realizem o auto-exame das mamas, pelo menos uma vez ao mês. Após os 40 anos, a mamografia passa a ser exame importante para a detecção da doença e recomenda-se que seja feito pelo menos uma vez por ano. Esse exame favorece o diagnóstico precoce e a elevação nas taxas de cura. Na presença de alguma anormalidade, um médico deverá ser procurado. 

Dr. Sebastião Gusmão

Professor Titular de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG

Tel: (38) 3531-4016

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