Depressão
13.05.2019
Depressão é doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda, perda de interesse generalizado, falta de ânimo, de apetite, ausência de prazer e oscilações de humor. Ela atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), motivo pelo qual é denominada de o “mal do século”. No Brasil, a estimativa é que 6% da população apresente a doença. É considerada a quarta principal causa de incapacitação.
É importante distinguir tristeza de depressão. A tristeza é transitória e provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis. Já a depressão se instala de forma prolongada e se não for tratada pode piorar. Frente às adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas superam o fator provocante da tristeza. Na depressão, a tristeza persiste, mesmo que não haja causa aparente. Muitas vezes, depressão e ansiedade estão intimamente associadas.
A depressão se expressa pelos seguintes sintomas: humor deprimido, ansiedade, angustia, desanimo, falta de energia, falta de iniciativa e vontade, culpa excessiva, dificuldade de concentração, alteração do sono, pessimismo, baixa autoestima, alteração da libido e sentimentos de medo, insegurança e desamparo.
Parece ocorrer alterações químicas no cérebro do paciente deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores, substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Vários fatores funcionam como gatilho para as crises: aconteci-mentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, perdas materiais e pessoais, algumas doenças e consumo de álcool.
Quando se anda desanimado, triste, e julga que a vida perdeu a graça, deve-se procurar assistência médica. O médico fará o levantamento das causas envolvidas e planejará o tratamento adequado por meio de antidepressivo e psicoterapia. Os antidepressivos ajudam a regular a química cerebral. Alguns pacientes precisam de longo tratamento de manutenção para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia auxilia na reestruturação psicológica, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos.
Conviver com o deprimido não é tarefa fácil e é comum o sentimento de impotência dos que estão por perto. Entretanto, o apoio de amigos e familiares são fundamentais na superação da depressão. Escutar e entender o momento de uma pessoa deprimida é fundamental para prestar apoio. A melhor coisa que se pode fazer para alguém com depressão é apoiar o seu tratamento e manter-se em contato. Pessoas que estão deprimidas tendem a ficar isoladas. Deve-se incentivar o deprimido a realizar atividades que levam a um sentimento de realização, recompensa ou prazer.
Mudanças no estilo de vida podem prevenir crises de depres-são ou melhorar consideravelmente os sintomas. Todo pensamento é confissão de um corpo. Ou seja, cuidar do corpo reflete na mente e na saúde mental. A evolução moldou nosso corpo para viver em harmonia social, usar alimentos com baixa caloria e alto valor nutritivo, e estar em constante atividade física. Procure a paz de espírito. São as relações com as pessoas e o meio no qual vivemos que dão sentido à existência e tornam a vida um bem precioso. Uma vida boa se constrói com boas relações. A sabedoria consiste em procurar de forma moderada os prazeres naturais e necessários e evitar o sofrimento. Coma alimentos naturais (não processados, não industrializados), sobretudo plantas. Você é o que você come. Faça, de forma regular, caminhada ou outra atividade física.
Dr. Sebastião Gusmão
Professor Titular de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG
Tel: (38) 3531-4016